Irmãos foram mortos em disputa judicial por fazenda  — Foto: Divulgação

O empresário Sérgio João Marchett obteve um habeas corpus na Justiça estadual nesta segunda-feira (28). A liminar foi concedida pelo desembargador Pedro Sakamoto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

A prisão havia sido decretada pelo juiz Wagner Plaza Machado Junior, de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, na quarta-feira (23).

O empresário é suspeito de participação nas mortes dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, crimes ocorridos em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nos anos 1999 e 2000, respectivamente.

O advogado Daniel Gerber, que defende o empresário, alegou à Justiça que Marchett é idoso, possui a saúde debilitada, com necessidades especiais de locomoção, e que respondeu a todo o processo em liberdade.

Além disso, segundo a defesa, em 2015, “após gravíssimo acidente de moto – cujas consequências foram devastadoras para seu estado de saúde –, requereu a dispensa da medida substitutiva imposta, qual seja, o comparecimento bimestral em juízo”, inclusive com submissão à perícia médica, a fim de “afastar dúvidas de seu estado físico/mental”, entretanto, tal pleito nunca foi apreciado.

O advogado também afirmou em suas alegações que Marchett possui endereço fixo, tanto em São Paulo (SP) quanto na Bolívia, em razão de negócios relacionados à plantação de soja, e que jamais descumpriu nenhuma decisão judicial desde que foi posto em liberdade.

Entre os pontos analisados pelo desembargador, ele diz que é preciso levar em consideração a idade avançada do empresário, atualmente com 77 anos, e seu aparente estado de saúde debilitado, o qual, conforme atestados médicos, necessita de auxílio para se locomover.

Os crimes

O primeiro crime aconteceu no dia 10 de agosto de 1999, onde Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules Araújo Agostinho, conhecido como Cabo Hércules, e executado a tiros de pistola em pleno centro de Rondonópolis.

O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, onde José Carlos foi executado, também a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento de uma agência bancária, no centro de Rondonópolis. Em ambos os casos Célio Alves ajudou o pistoleiro Hércules Agostinho.

De acordo com as provas produzidas nos autos, os assassinatos dos Irmãos Araújo foram motivados pela disputa judicial de uma fazenda de 2.175 hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho, que fica a 70 km quilômetros de Rondonópolis, em direção a Campo Grande (MS), objeto de negócio mal sucedido entre José Carlos e Sérgio Marchett, realizado em 1988, cuja demanda até hoje se arrasta na Justiça.

Célio Alves, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, por outros crimes, teria dado suporte a Hércules Araújo Agostinho, o executor dos irmãos.

Hércules foi julgado, condenado pelas mortes e está preso.

Fonte: G1