Representado pelo advogado criminalista Daniel Gerber, ele alegou que é idoso, possui a saúde debilitada, com necessidades especiais de locomoção e que respondeu a todo o processo em liberdade

Da Redação

O empresário do agronegócio Sérgio João Marchett conseguiu uma habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, para suspender sua prisão preventiva. Ele é acusado de mandar matar os irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, entre os anos de 1999 e 2000, em Rondonópolis.

Representado pelo advogado criminalista Daniel Gerber, ele alegou que é idoso, possui a saúde debilitada, com necessidades especiais de locomoção e que respondeu a todo o processo em liberdade.

Argumentou, ainda, que tem endereço fixo em São Paulo e na Bolívia por conta dos negócios que possui, relativos à plantação de soja. A defesa disse também que o crime está prescrito.

O desembargador Pedro Sakamoto, da Segunda Câmara Criminal, analisou o caso e entendeu que “é preciso levar em consideração a idade avançada do paciente, atualmente com 77 anos de idade e seu aparente estado de saúde debilitado, o qual, conforme atestados médicos, necessita de auxílio para se locomover”.

Daniel Gerber afirmou que a liminar era esperada na medida em que a decisão judicial não estava apoiada em nenhum elemento concreto dos autos.

A prisão preventiva tinha sido decretada pelo juiz da Primeira Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, Wagner Plaza Machado Junior.

Leia aqui a íntegra da decisão.

O caso

Os irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo (conhecido como Zezeca) foram assassinados em Rondonópolis em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000, respectivamente.

Conforme investigações da Polícia Civil da cidade, tratou-se de crime de mando, prática de “pistolagem”, como confessado pelos executores dos irmãos Araújo, que deu detalhes sobre o planejamento, execução, bem como nomeou os seus intermediários e mandantes.

O executor, já condenado, ex-cabo da Polícia Militar, Hércules Agostinho, não só assumiu o assassinato dos irmãos, como participou da reconstituição dos crimes, apontando todos os envolvidos, como também delatou os proprietários da empresa Sementes Mônica como mandantes dos crimes.

Como pagamento das mortes, Hercules contou que ele e o soldado Célio Alves de Souza receberam um veículo Gol, pertencente à empresa Mônica Armazéns Gerais Ltda, de propriedade da acusada Mônica Marchett, filha de Sérgio Marchett, inclusive durante reconstituição dos crimes, Hércules apontou a Sementes Mônica, empresa da família Marchett, como o local em que ele e o ex-soldado Célio Alves buscaram documento do veículo.

Recentemente, em sessão de julgamento do Tribunal do Júri de Rondonópolis, o pistoleiro Célio Alves de Souza também confessou sua participação nos crimes, nomeando o empresário Sérgio e sua filha como mandantes dos crimes, detalhando ainda a participação de todos os envolvidos na trama assassina, desde o preparo até a execução.

Durante julgamento em plenário, Célio contou que foi realizada uma espécie de “confraria” para arquitetar as mortes dos irmãos Araújo, que na reunião teve a participação de Mônica Marchett, seu pai Sérgio João Marchett, um irmão de Sérgio Marchett (não se recordava o nome), Ildo Roque Guareschi e o Sargento José Jesus de Freitas.

Até hoje, somente os pistoleiros foram julgados e condenados pelas mortes. Já os mandantes ainda aguardam os desfechos dos seus processos que se arrastam há mais de 15 anos na Justiça. (Com informações da Assessoria)

Fonte: Pontonacurva