O acordão selado em Brasília para ajudar a salvar o mandato do senador Aécio Neves (PSDB), em troca do apoio ao presidente Michel Temer (PMDB) em um eventual pedido de impeachment na Câmara Federal, está produzindo sérias consequências políticas aos congressistas nos Estados. Ontem, conforme apurou este Diário, as redes sociais estampavam as imagens dos senadores (PMDB) e Ivo Cassol (PP) ao lado de Aécio Neves, acusado de receber propina de R$ 2 milhões do dono da JBS, Wesley Bastista. Os mandatos dos dois senadores expiram em 2018.
Em Roraima, o senador Romero Jucá (PMDB), acusado de comandar um poderoso esquema de propina na Câmara e Senado pelo delator Lúcio Funaro, também terá desgaste político ao defender o tucano mineiro na noite de terça-feira. A operação Lava Jato tornou incerta a candidatura ao governo de Teresa Surita (PMDB), ex-mulher do senador Jucá.
Consciente do estrago produzido pela operação Lava Jato, o senador amazonense Eduardo Braga (PMDB) está revendo os planos para o próximo ano juntamente com a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB). A senadora não descarta a possibilidade de concorrer a uma vaga na Câmara Federal. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) também terá dificuldade em renovar o mandato. Ele é citado também no esquema de pagamento de propina.
As mudanças de planos para as eleições de 2018 revelam uma aproximação nos Estados de partidos considerados rivais em eleições anteriores: PMDB-PSDB. A ideia nesse primeiro momento é salvar os mandatos dos senadores complicados com a Lava Jato, dos acusados de recebimento de propina das usinas do rio Madeira, em Porto Velho, e dos beneficiados com mesada paga pelo grupo da JBS.
A população já demonstrou que pretende fazer uma grande renovação na política e o acordão fechado entre PMDB-PSDB será lembrado pelos eleitores nas eleições de outubro. Foi assim com o PT, quando o partido reduziu drasticamente o número de prefeituras e vereadores. Em Porto Velho, por exemplo, a legenda sempre elegeu vereadores. Desta vez, o partido ficou sem representação. O partido também não conseguiu garantir prefeituras – a legenda chegou a administrar 7 municípios.
Sem dúvida, as eleições de 2018 podem entrar para a história da política e resultar na maior renovação política na Câmara e Senado Federal. Quem assumir o Brasil em janeiro de 2019 terá uma responsabilidade muito grande de construir uma nova história na política. E a população estará bem atenta.
Fonte: www.info4.com.br