A Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta (18), por 39 votos a 26, o parecer para barrar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, por obstrução da Justiça e organização criminosa.
O placar pró-governo foi menor em relação à primeira acusação, por corrupção criminosa, barrada em agosto com o apoio de 41 parlamentares.
Mesmo com a diminuição do apoio ao governo peemedebista, os debatedores dessa quarta (18) no Master News, Ricardo Sérvulo e Onésimo César (promotores), não se disseram chocados com o contínuo desinteresse em investigar o presidente Temer.
Para Onésimo, o não prosseguimento da denúncia não constitui “nenhuma tipo de surpresa”.
Ricardo Sérvulo opinou sobre a guerra de poderes no país e julga que o Supremo Tribunal Federal está perdendo sua real função: “O STF não deve se comportar feito um adolescente, que uma hora decide uma coisa e depois vai lá e muda a decisão”.
Entenda
Temer e os ministros são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações de Joesley Batista, do Grupo J&F, e do operador Lúcio Funaro. Segundo o ex-procurador-geral Rodrigo Janot, o grupo teria recebido pelo menos R$ 587 milhões de propina, oriundos de estatais como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.
Temer e os ministros são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações de Joesley Batista, do grupo J&F, e do operador Lúcio Funaro
Parlamentares da CCJ atacaram a atuação do MPF. “A segunda denúncia foi uma manobra do PGR (Janot) com o apoio das oposições”, afirmou Bonifácio. O relator afirmou que faltam “elementos” para comprovar a acusação feita contra Temer e seus dois principais auxiliares. “Não havia sentido para essa denúncia, tanto é que fugiram dos objetivos fundamentais. Já houve a primeira denúncia, agora é a repetição da primeira.”
O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, também fez críticas à atuação da PGR, em sua manifestação ao colegiado, e disse esperar “que a era de arbítrio seja banida do País”. Os defensores de Padilha e Moreira Franco também focaram no MPF. “Estamos diante de uma denúncia inepta, vazia e de um Ministério Público que obrou de maneira ideológica”, disse , que representa Padilha no processo.
A base comemorou o resultado da votação no colegiado. “Foi uma vitória consolidada na CCJ, já esperávamos o resultado”, disse o líder do governo, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Porém, o governo calculava inicialmente obter em torno de 42 votos.
A oposição faz a mesma avaliação: “Mesmo na CCJ, onde o governo substitui membros para manipular o resultado, a votação final foi pior do que eles esperavam. No plenário, a votação contra Temer vai aumentar muito, lá não há como trocar membros”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ).
Fonte: www.info4.com.br

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