O Supremo Tribunal Federal (STF) mandou, nesta segunda-feira (18), soltar o empresário Marco Antônio de Luca, preso em junho na Operação Ratattouille, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Acusado de corrupção e organização criminosa, ele é suspeito de pagar propina ao ex-governador Sérgio Cabral para ser favorecido no fornecimento de merenda para escolas e “quentinhas” para presídios do estado.
Por 2 votos a 1, o STF decidiu substituir a prisão preventiva de Luca por medidas alternativas:
- Proibição de contato com outros investigados;
- Proibição de deixar o país, com entrega de passaporte;
- Recolhimento em casa à noite e fins de semana.
Votaram para soltar Marco Antônio de Luca:
- Gilmar Mendes (relator do caso)
- Dias Toffoli
Votou contra soltar o empresário:
- Edson Fachin
Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, demais integrantes da Segunda Turma, não estavam presentes à sessão.
Voto do relator
Ao apresentar o voto, Gilmar Mendes concordou com argumentos da defesa de que as suspeitas contra Luca remontam ao período de 2007 a 2016, período em que as empresas dele teriam sido beneficiadas pela gestão Cabral. Por isso, não haveria risco de ele voltar a cometer crimes.
O que diz a defesa
A defesa de Luca argumentou junto ao STF que já chegou ao fim a coleta de provas contra o empresário no processo judicial.
Por isso, diz a defesa, não haveria mais motivo para manter a prisão preventiva, já que o empresário não teria mais como interferir na investigação.
Acusações
Segundo o Ministério Público Federal, desde 2007, ano em que Cabral assumiu o governo do Rio, as duas empresas de Marco Antônio cresceram 853 vezes em valores acertados com os cofres públicos.
Ligada ao empresário, a Masan Serviços Especializados tinha apenas um contrato com o Governo em 2007, quando Cabral começou seu mandato, num total de R$ 609 mil. Seis anos depois, os contratos chegavam a R$ 520 milhões.
A outra empresa, Milano, tinha contratos de R$ 48 milhões e, ao fim do governo de Cabral, já recebia R$ 223 milhões — cinco vezes o valor original.
Ao menos R$ 12,5 milhões em propinas teriam sido pagos ao grupo do ex-governador para abocanhar novos contratos com o poder público.
Fonte: www.g1.globo.com.br