Sérgio Marchett é suspeito pela morte de dois irmãos, executados em Rondonópolis

Arquivo/MidiaNews

O empresário Sérgio Marchett (detalhe), que obteve um habeas corpus no TJDA REDAÇÃO 

O empresário do agronegócio Sérgio Marchett conseguiu habeas corpus para suspender sua prisão preventiva, que havia sido decretada em dezembro.

Ele é suspeito de mandar matar os irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá (MT), nos anos 1999 e 2000, respectivamente.

Seu advogadado, Daniel Gerber, alegou que Marchett é idoso, possui a saúde debilitada, com necessidades especiais de locomoção, e que respondeu a todo o processo em liberdade.

Ele afirmou ainda que tem endereço fixo em São Paulo e na Bolívia por conta dos negócios que tem – plantação de soja.

O advogado alegou, ainda, que o crime está prescrito. A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso entendeu que “é preciso levar em consideração a idade avançada do paciente, atualmente com 77 anos de idade, e seu aparente estado de saúde debilitado, o qual, conforme atestados médicos, necessita de auxílio para se locomover”.

“Também é preciso levar em consideração a idade avançada do paciente, atualmente com 77 anos de idade, e seu aparente estado de saúde debilitado, o qual, conforme atestados médicos, necessita de auxílio para se locomover”, afirmou o desembargador Pedro Sakamoto, relator do caso.

“Sendo assim, sem maiores delongas, concedo a liminar vindicada para suspender os efeitos da decisão, na parte em que decretou a prisão preventiva do paciente e determinou a expedição de mandado de prisão preventiva em seu desfavor, com a inclusão de seu nome na lista da Interpol, até o julgamento definitivo”.

Histórico

A prisão havia sido decretada pelo juiz da Primeira Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, Wagner Plaza Machado Junior, no dia 24 de dezembro.

Os irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo (conhecido como Zezeca) foram assassinados à luz do dia em pleno Centro de Rondonópolis em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000, respectivamente.

Conforme investigações da Polícia Civil de Rondonópolis, tratou-se de crime de mando, prática de “pistolagem”.

O executor e ex-cabo da Polícia Militar Hércules Agostinho – condenado em 2010 a 27 anos e 11 meses de prisão pelos crimes – não só assumiu os homicídios como participou da reconstituição dos crimes, apontando todos os envolvidos, citando os proprietários da empresa Sementes Mônica como mandantes.

Como pagamento das mortes, Hercules contou que ele e o soldado Célio Alves de Souza receberam um veículo Gol, pertencente à empresa Mônica Armazéns Gerais Ltda, de propriedade de Mônica Marchett, filha de Sérgio Marchett.

Recentemente, durante a sessão de julgamento do Tribunal do Júri de Rondonópolis, em 14 de junho de 2018, Célio Alves de Souza também confessou sua participação nos crimes, sendo condenado a 24 anos de prisão.

Na ocasião, ele nomeou Marchetti e sua filha como mandantes dos crimes, detalhando ainda a participação de todos os envolvidos na trama assassina, desde o preparo até a execução.

Fonte: MidiaNews